Saldanha, para os conhecedores das artes plásticas brasileiras do pós-guerra, é o pintor que expôs nos principais eventos e instituições que marcaram a institucionalização da arte moderna e do modernismo no Brasil, apesar de sua condição de pintor sem formação específica. Nesse sentido, foi um pintor que lastreou sua trajetória como graduado em Arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Nascido em Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, em 1906, tornou-se aluno da Escola em 1925, formando-se em 1931, ano em que Lucio Costa realizou a trepidante edição da Exposição Geral de Belas Artes, conhecido como Salão Revolucionário, em que foram expostas obras de artistas como Tarsila do Amaral, Victor Brecheret, Anita Malfatti, Ismael Nery, Cicero Dias, Guignard e Portinari.4. Sua premiação mais tradicional como pintor foi conferida em 1947, no 53º Salão Nacional de Belas Artes, em que recebe a Medalha de Prata daquele que era então o evento mais longevo e tradicional do país nas Artes Plásticas, herdeiro das antigas Exposições Gerais de Belas Artes estabelecidas em 1840 pela Academia Imperial de Belas Artes. Mas sua presença mais marcante no campo das artes se dá em dois grandes eventos fundamentais para a consolidação do cenário artístico no país, as Bienais de São Paulo e os Salões Nacionais de Arte Moderna no Rio de Janeiro.