Muito se fala sobre “ser dono” de uma categoria artística. No cubismo e no pop, Picasso e Warhol se definiram visualmente assim para o grande público. Mas a arte, e mais ainda o artista, são complexos. E para entender essa complexidade, o grande público precisa muitas vezes olhar para o trabalho de um artista de forma organizada, o que muitas vezes só acontece depois que ele deixou o conjunto de sua obra para a posteridade. Rubens Gerchman foi um artista que se recusou a ser definido por uma única categoria ou estilo. Sua obra é um caleidoscópio de influências e referências, que vão do pop art ao neoconcretismo, passando por uma profunda conexão com a realidade brasileira. Gerchman foi e voltou em seus vários estilos, atendendo e reagindo aos movimentos sociais, às notícias, aos lugares, ao esporte, e principalmente aos encontros que foi tendo no seu dia-a-dia. Fossem eles com carros ou uma capa de revista. Cada capítulo deste livro é dedicado a uma fase específica de sua carreira, destacando as obras mais emblemáticas e os contextos que as inspiraram. Cada capítulo é uma síntese da complexidade desse artista.